quarta-feira, 21 de novembro de 2007

CPMF

O debate sobre a aprovação da CPMF infelizmente esta muito raso. O governo diz que precisa do dinheiro. A oposição diz que imposto é ruim pro povo e que o governo devia gastar menos. Não se debate o mais importante que é uma reforma tributária. A oposição encontrou um meio de se unir, pois todos sabemos que as taxas são impopulares, então nada mais fácil que falar mal de um imposto.

Eu me contorço na cadeira quando falam que o Estado devia gastar menos. Não é possível que ainda não desistiram da idéia neoliberal de Estado mínimo. O neoliberalismo só funciona pra países desenvolvidos, que já possuem infra-estrutura e uma rede atendimento social consolidados, ou no caso do Chile, que exporta cobre e vinho e importa todo o resto, não tendo industria pra proteger. O Brasil não precisa de Estado mínimo nem de máximo, precisa ter um Estado do tamanho certo, que dê pra melhorar nossa infra-estrutura (estrada, ferrovias, portos, aeroportos, saneamento básico) e prover direitos básicos aos cidadãos (educação, saúde, segurança). Repetem esse mantra: Estado deve gastar menos, num racionínio de economia doméstica. Como se o Estado não gerasse renda, emprego, estimulasse investimentos e movimentasse a economia.

O segundo ponto é que a CPMF é um dos impostos mais inteligentes que já foram feitos. Todos pagam, dificilmente há sonegação e consegue uma coisa que nenhum outro imposto até agora conseguiu, e que é o desafio dos outros países, que é tributar transações internacionais. Quando você compra um CD na amazon.com quem vai receber o imposto e como vai ser tributado? O CPMF já resolveu esse assunto.

O problema é que temos impostos demais sim. Nesse caso uma reforma tributaria ampla seria o ideal. Mas ninguém quer discutir muito isso, porque dá trabalho discutir, né?

1 Comentários:

Blogger Cristiano Botafogo disse...

O problema do gasto público é para onde ele vai. Não sei se já fizeram algum estudo do tipo, mas imagino que uma grande parcela não chegue a atividades fim, perca-se em comitês gestores, auxiliares disso e daquilo, propaganda, folha de pagamento, serviço da dívida, superfaturamentos, corrupção e etc. A arrecadação vem aumentando, assim como o gasto público; mas o $ extra não vem sendo aplicado no investimento do país, na melhoria da infra-estrutura, na minimização do chamado "custo-Brasil", vem sendo colocado na contratação de pessoal. Estou falando um pouco sem saber onde o $ está sendo aplicado, mas vá lá.

Concordo também que o debate está raso demais. A "reforma tributária" é colocada como uma entidade abstrata.

22 de novembro de 2007 às 00:22  

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