quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Tempos Modernos

É um exercício dificílimo tentar analisar a própria época. Porém, vivemos num tempo de mudanças tão grandes e tão rápidas que, fazendo uma retrospectiva dentro do nosso próprio período de vida, é possível notar fantásticas diferenças.

Quando eu nasci, a televisão reinava como o grande meio de comunicação. Durante a minha infância, não tínhamos celular, linhas telefônicas eram bens valiosíssimos, ninguém nem imaginava o advento da Internet. Para obter informações, alguns jornais, poucos canais de tv, raramente se achava um revista especializada. Para se comunicar, o telefone fixo (que a linha, como eu disse, era muito cara) e cartas (há, vejam vocês, cartas!). Quem não se comunica, se trumbica, dizia um famoso apresentador da época. É, parece que estávamos todos trumbicados naqueles tempos.

Fazendo esse retrospecto, dá pra ter uma noção do tamanho da revolução que está em curso desde o surgimento da Internet.

Democratização sem precedentes da informação e das comunicações.

De que me vale hoje a Enciclopédia Barsa de capa dura, bela encadernação, diversos volumes, quando, a distância de um clique, tenho a Wikipédia, uma fonte de informações viva que cresce e evolui a cada momento? Caso as informações contidas lá não sejam suficientes ou não forem confiáveis o bastante, gastando cerca de trinta segundos a mais de pesquisa, posso encontrar um página, uma instituição de pesquisa, um artigo e até mesmo um pesquisador do assunto que me interesse. Depois, posso conseguir seu e-mail e tirar minha dúvida sobre o tema com o próprio especialista. Diderot e d´Alembert ficariam bastante empolgados.

Que dizer do jornalismo? Se antes você tinha a opção entre o jornal A e o B, agora estão ao seu alcance jornais e sites de notícias de qualquer país, na língua que você quiser, cobrindo diversos pontos de vista do assunto que você preferir. Há ainda a possibilidade de ir mais direto ao ponto. Quer saber sobre a guerra do Iraque? Visite o blog de um iraquiano, ou de um soldado americano. Mande seu e-mail e pergunte o que quiser, pois agora você pode ter acesso às fontes primárias de informação.

Sobre as mudanças nas relações pessoais e de poder. Manter uma postura de autoridade hierárquica se torna mais difícil hoje, pois pra isso é preciso haver um certo distanciamento pessoal. Pegue qualquer perfil de professor no orkut. Os alunos estão lá. Eles descobrem os interesses do professor, vêem as fotos dele no carnaval passado e podem ler as mensagens da namorada dele. A distância necessária para o antigo modelo de autoridade foi pro espaço.

As celebridades podem ser outro exemplo de mudança nas relações pessoais. Se antes eram estrelas inatingíveis, atualmente são pegas em flagrantes constrangedores e, se você quiser, pode criticá-la diretamente através do blog dela. Ou, ainda, você mesmo pode se tornar uma celebridade. Tire uma boa foto, duble uma música de maneira engraçada, faça um vídeo caseiro criativo, dance de maneira esquisita ou crie um blog interessante. Mesmo que você não conquiste a grande mídia, é bem provável que consiga público e quem sabe até alguns fans.

Talvez essa seja uma das mudanças mais importantes que a Internet proporciona a sociedade. Agora podemos ser vistos pelo que produzimos e criamos e não só pelo que consumimos.

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terça-feira, 27 de novembro de 2007

Organizações Não Governamentais

O papel das ONGs hoje é bastante discutido. Um pensamento que veio junto com do Estado mínimo enxergava essas organizações como um espécie de substituta do Estado. O Estado devia economizar o máximo e as ONGs se articulariam para ocupar o espaço deixado vago. Eu discordo profundamente disso.

As ONGs são privadas. Seus donos não são escolhidos democraticamente. Seus membros não são escolhidos por critérios objetivos de merecimento ou mesmo por critério de capacitação, muitas vezes são apenas voluntários, pessoas com boa vontade. As ONGs possuem objetivos próprios, que muitas vezes não são claros, e não têm a obrigação de prestar contas a ninguém. Podem, ainda, se desorganizar, deixando desamparadas as pessoas que eram atendidas.

Por estes motivos que elenquei: objetivos próprios, pessoas não capacitadas, cargos de decisão não eleitos, falta da obrigação de continuidade com os serviços e falta de fiscalização e prestação de contas; não acredito que as ONGs possam mesmo ocupar um lugar que pertença ao Estado.

Quem tem que prover educação, saúde, segurança, lazer, infra-estrutura é o Estado. Está na constituição e não há como delegar isso há qualquer agente privado que seja.

Isso posto, acredito que as ONGs cumprem papéis importantíssimos hoje em dia. Essas organizações podem pressionar e fiscalizar governos, fiscalizar os meios de comunicação, investigar, dar parecer e informar a população sobre determinado assunto ou situação, podem sugerir reformas e apoiar propostas, podem agir em prol da conscientização da sociedade civil em áreas como consumo consciente, educação ambiental, cidadania, direitos e deveres.

Enfim, as ONGs têm um papel fundamental hoje que é de dar voz à sociedade civil, fiscalizando e pressionando governos e mídia. O Estado por sua vez não pode se abonar das suas obrigações sob a alegação de economizar. O poder nunca é vago, portanto prefiro que ele esteja nas mãos do governo, que podemos eleger, cobrar e fiscalizar, do que nas mão de particulares.

ONGs:

Esta é de inclusão digital. Acredito que eles aceitam doações de computadores usados.

http://www.cdi.org.br/

Incentivos a leitura:

http://www.leiabrasil.org.br/

Ambiental:

http://www.wwf.org.br/

Debate a segurança pública:

http://www.vivario.org.br/

No outro post, citei algumas ongs que auxiliam a fiscalizar o governo. Nesta você pode enviar sua opinião para o congresso:

http://www.politicus.org.br/

Para fiscalizar o orçamento:

http://contasabertas.uol.com.br/

Jornalismo social:

http://www.reporterbrasil.org.br/

Entidade civil que acompanha o desempenho da mídia brasileira:

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/

Estados Unidos da América

Já notaram que é um país que não tem nome? É a descrição do que é: estados unidos, e onde estão: na América. Engraçado isso, não?

Bom, fato é que os Estados Unidos por enquanto são o nosso império atual. Eles estão por toda a parte e exportam de maneira agressiva sua cultura. Afinal, pela tevê, conhecemos o dia-a-dia de um grupo de amigos em Nova Iorque, já vimos os bastidores de uma investigação criminal de Las Vegas, estamos familiarizados com a vida de solteiro em Los Angeles. Temos o conhecimento de como eles vivem, o que comem, quais feriados comemoram e que faculdades freqüentam. Talvez seja por esse motivo que nos ressentimos tanto por eles não saberem nada sobre nós.

É bem verdade que pouco sabemos sobre a Índia ou a China, conhecemos pouco até mesmo nossos vizinhos Colômbia ou Chile. A diferença é que eles são o império, eles deveriam conhecer o seu mundo.

Todos os povos que foram império no passado achavam que o resto do mundo era constituído por bárbaros. Pegue o exemplo do império anterior ao atual: Os britânicos sempre se acharam superiores e que todas as outras civilizações eram inferiores e teriam que evoluir muito, mais muito, pra chegar onde eles chegaram. Era um relação bem desigual, mas pelo menos era uma relação. Eles nos enxergavam como seres inferiores, mas nos enxergavam.

Os EUA são um pouco diferentes. No filme Pulp Fiction, o personagem do John Tavolta acaba de voltar da França. Ele diz que lá se fala royal with cheese e Le Bigmac. Isso pra eles é o cúmulo do absurdo. Obviamente, o correto é the Bigmac e acabou. É difícil pra eles verem o outro, relativizar.

O país tem um grande apreço por claras divisões: preto ou branco, republicano ou democrata, bem ou mal, esportista ou nerd, popular ou não, americano ou não. Todo o resto do mundo se enquadra na categoria não-americano. Para os estadunidenses, só existem eles ou não-eles. Talvez isso explique muitas das atitudes dos Estados Unidos em relação ao resto do mundo.

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sábado, 24 de novembro de 2007

Acorda Gigante

Um prefeito de uma cidade de São Paulo sugeriu que mudássemos uma palavra no hino nacional. Ele acha que ficar “deitado eternamente num berço esplêndido” é muita indolência. Afinal, já está mais que na hora do gigante pela própria natureza acordar e levantar pra cuspir. O prefeito quer trocar a frase por “abençoado eternamente em berço esplêndido”.

Há uma enquete na página dele clamando o povo a decidir.

http://www.sano.adm.br/hino/

Eu votei no sim, afinal, por que não?

Ainda faço mais uma sugestão: trocar também a palavra berço. Pô, num é um gigante, então ele tinha que tá deitado é numa camona king size.

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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Democracia

Uma pesquisa recente indicou que houve diminuição do apoio à democracia no nosso país. Os analistas interpretaram como sendo uma conseqüência do aumento do nível de exigência da população. Acho que primeiro devemos concordar que a democracia é o melhor governo e, a partir daí, lutar pra melhorá-la.

Na democracia quem tem o poder somos nós, o povo. Dizer que a democracia é ruim é se dar um atestado de incapacidade. Ela não é um governo perfeito justamente porque nós não somos perfeitos. Porém é capaz de melhorar e evoluir, assim como nós mesmos.

Os ditadores sempre insistiram em construir monumentos arquitetônicos pra dar um caráter de permanência, perfeição e mostrar a nossa pequenez diante do sistema. As democracias são o contrário disso: não são permanentes, pois o poder se alterna; não são perfeitas, por isso mesmo podem estar em constante evolução; e nós não devemos ser pequenos perto dela, pelo contrário.

Hoje com todas as informações disponíveis, é muito mais fácil de nós conseguirmos exercer ou interferir no poder. Há ongs e grupos da sociedade civil que se dedicam a fiscalizar e cobrar dos governos as respostas pra suas reivindicações. Nós podemos e devemos incentivar uma postura cívica e política de todos, assim a democracia se aprofunda e evolui. As informações estão aí: licitações, compras governamentais, gastos públicos, dados sobre os políticos.

Grupo transparência Brasil:

http://www.transparencia.org.br/index.html

Site do governo:

http://www.portaltransparencia.gov.br/

Esse é só do rio:

http://www.riocomovamos.org.br/

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Religião

Sou um humanista.

Meus pais não me batizaram, deixando pra mim a difícil tarefa de escolher minha própria religião. Por esse motivo, sempre me interessei bastante pelo assunto. Uma das religiões que mais me atraiu e que cheguei a praticar foi o budismo. Gostei dela por ser bem racional, quase uma filosofia; por não ter deus e nem muitos dogmas. É até democrática: qualquer um pode vir a se tornar um buda (iluminado).

Mesmo assim, percebi que não consigo seguir uma religião institucionalizada. Tenho essa mania de querer pensar por mim mesmo e às vezes de mudar de opinião.

Gosto das religiões, de todas elas. Acho bonito e comente a história do catolicismo que Deus se fez carne, pregou, sofreu, amou e morreu por nós. Tenho apreço pelo Deus dos judeus, tão humano no seu comportamento que chega a ser engraçado. Gosto das religiões afro-brasileiras com suas dança, comidas, cores e sem tanto o peso da moral.

Eu particularmente acredito que devemos procurar agir corretamente e tentar ser pessoas melhores. Se a religião te ajuda nisso, melhor. Defendo a liberdade de cada um, o indivíduo deve ser livre pra escolher e arcar com as conseqüências da sua escolha. Acredito no livre-arbítrio. Nós somos o que escolhemos nos tornar, nossas decisões e atitudes são o que nos moldam e transformam o mundo a nossa volta.

Não me preocupo muito com Deus ou com o além-vida. Prefiro olhar para o ser humano, aqui e agora. Acho que ele deve ser a medida das coisas. Sou, enfim, um humanista, como aqueles velhos amigos daquela antiga revolução que gritavam por liberdade, igualdade e fraternidade.

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quarta-feira, 21 de novembro de 2007

CPMF

O debate sobre a aprovação da CPMF infelizmente esta muito raso. O governo diz que precisa do dinheiro. A oposição diz que imposto é ruim pro povo e que o governo devia gastar menos. Não se debate o mais importante que é uma reforma tributária. A oposição encontrou um meio de se unir, pois todos sabemos que as taxas são impopulares, então nada mais fácil que falar mal de um imposto.

Eu me contorço na cadeira quando falam que o Estado devia gastar menos. Não é possível que ainda não desistiram da idéia neoliberal de Estado mínimo. O neoliberalismo só funciona pra países desenvolvidos, que já possuem infra-estrutura e uma rede atendimento social consolidados, ou no caso do Chile, que exporta cobre e vinho e importa todo o resto, não tendo industria pra proteger. O Brasil não precisa de Estado mínimo nem de máximo, precisa ter um Estado do tamanho certo, que dê pra melhorar nossa infra-estrutura (estrada, ferrovias, portos, aeroportos, saneamento básico) e prover direitos básicos aos cidadãos (educação, saúde, segurança). Repetem esse mantra: Estado deve gastar menos, num racionínio de economia doméstica. Como se o Estado não gerasse renda, emprego, estimulasse investimentos e movimentasse a economia.

O segundo ponto é que a CPMF é um dos impostos mais inteligentes que já foram feitos. Todos pagam, dificilmente há sonegação e consegue uma coisa que nenhum outro imposto até agora conseguiu, e que é o desafio dos outros países, que é tributar transações internacionais. Quando você compra um CD na amazon.com quem vai receber o imposto e como vai ser tributado? O CPMF já resolveu esse assunto.

O problema é que temos impostos demais sim. Nesse caso uma reforma tributaria ampla seria o ideal. Mas ninguém quer discutir muito isso, porque dá trabalho discutir, né?

Quem tem medo do Hugo mal?

Hugo Chávez está sempre na mídia. Tanto nacional quanto internacional. A posição dos grandes meios de comunicação brasileiras sobre ele reflete a posição dos estadunidenses: Hugo Chávez é do mal.

Devemos mesmo teme-lo?

Esta tramitando no congresso o protocolo de entrada da Venezuela no Mercosul como membro pleno. Esclarecendo, o Brasil e o Paraguai (a Argentina e o Uruguai já aprovaram) devem aprovar um protocolo de entrada com metas e condições que, se atingidas, podem permitir a entrada da Venezuela no bloco. Depois de todas as manchetes das revistas, a oposição não quer assinar o protocolo. Acho que não há motivo nenhum pra não aprovar, e se fizermos será um grande erro.

Pessoalmente, não gosto do Huguinho. Porém deve-se perceber que as relações internacionais não podem ser encaradas como relações pessoais, Lula com Chávez, mas sim como relação Brasil-Venezuela. A Venezuela é um país e um mercado importante, com petróleo e com relações próximas com os países andinos e caribe. É um parceiro estratégico pro Brasil e pode auxiliar a alavancar uma integração sul-americana, que é muito importante para nós.

O fato de Chávez momentaneamente acumular poderes, pro Brasil é uma vantagem. É mais fácil negociar com um líder que pode decidir as coisas sozinho, sem esperar as autorizações dos outros poderes. Acredito que democracia é uma coisa muito, muito importante. Convém lembrar que Chávez foi eleito democraticamente e conseguiu maioria no parlamento só porque a oposição, num erro crasso, boicotou as eleições. Caso haja restrições democráticas na Venezuela, o melhor é que ela esteja associada ao Mercusul, pois desse modo poderemos fazer pressões em sentido contrario. Como já ocorreu com o Paraguai.

Finalizando, se optarmos por isolarmos Caracas, Huguinho pode querer se aproximar ainda mais de países como Irã, Coréia do Norte etc. Nunca foi política do Brasil, e não acho que seja inteligente, criar eixos do mal ou isolar países por motivos ideológicos. Se começarmos assim, daqui a pouco estaremos financiando golpes de Estado. Na minha opinião, devemos nos aproximar o máximo dos outros países e optar por influencia-los através do nosso exemplo, pacifica e democraticamente.

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Integração Sul-Americana

É um objetivo bastante pragmático e importante da nossa diplomacia. Ele consta inclusive na nossa constituição (art. 4, parágrafo único). O tema está na pauta do dia no Itamaraty, apesar de não ser muito debatido pela mídia.

Por que é tão importante para nós?

Darei primeiro um motivo bem pragmático: saída para o pacifico.

Um dos grandes motivos pelo qual os Estados Unidos se firmaram como potência foi a sua bioceanidade (possuir costa para o Atlântico e para o Pacífico) e a maneira com a qual isso foi sabia e precocemente aproveitada. Há inúmeras ferrovias transcontinentais ligando e ajudando a desenvolver todo o território deles.

Como sabemos, há um grande desenvolvimento da região centro-oeste, porém o custo de escoar a produção destas áreas é muito grande por conta da sua posição central. Se o Brasil tivesse acesso aos portos do pacífico, isso seria muito mais fácil. Pesa também o fato dos mercados de maior crescimento hoje se encontrarem na Ásia (Japão, China, Cingapura...). A saída para o pacífico auxiliaria o intercambio entre o Brasil e esses países.

Fora isso, o Brasil ocupa metade do território da América do Sul. Sendo o oitavo Produto Interno Bruto (PIB) do mundo em grandeza, é responsável por cerca de três quintos da produção industrial no continente. Uma integração só trará benefícios para o país. Para isso, é preciso estabelecer um eixo políticos entres os maiores países: Brasil Argentina, Venezuela e Colômbia. Os outros países viriam a reboque.

Outro fator importante que pesa a favor da integração é o fato que só juntos poderemos encontrar melhores soluções para alguns problemas cruciais do continente. A Amazônia é transnacional (faz parte de vários paises), portanto devemos criar políticas comuns de conservação. O uso dos recursos hídricos também deve ser assunto comum. A segurança das zonas fronteiriças. O combate ao tráfico de armas e drogas. São problemas que ultrapassam as fronteiras dos países e devem ser discutidos em comum.

Até outros assuntos podem vir a ganhar com a integração, como o turismo, por exemplo.

América do Sul é o continente menos militarizado do mundo. Com uma aproximação entre os países o continente pode ficar mais seguro, definitivamente livre de guerras, vide caso da Europa, onde foram superadas rivalidades historicas pelo bem comum. Além disso, no continente usamos prioritariamente a matriz energética hidroelétrica e somos quem menos polui no mundo, unidos teremos uma maior moral no fóruns internacionais ambientais. Enfim, uma integração estreitando os elos entre os países só ressaltaria nosso pontos fortes e auxiliaria no combate aos problemas comuns.

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